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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pai,ídolo e herói !

O juazeirense Daniel Alves, consagrado como jogador de futebol de nível internacional, em entrevista ao site da CBF nesta terça-feira 13, na Suiça, onde se encontra para mais uma amistoso da Seleção Brasileira, falou de sua história, da relação estreita que mantém com a família – em especial com seu pai, a quem chama de ídolo e herói – e de planos para o futuro, entre os quais a pretensão de construir um Centro de Treinamento em sua cidade natal, Juazeiro-Bahia.
Abaixo, reproduzimos na íntegra a matéria postada no site oficial da CBF.
Assessoria CBF
Daniel Alves teve uma infância marcada pela modéstia financeira da família. Foi um tempo de dificuldade, mas também fundamental para a formação do seu caráter e aprendizado de vida, em que tinha no pai Domingos mais do que um exemplo. “Eu só queria ser igual a ele. Até hoje é o meu ídolo e herói”.
Era também o seu sonho de vida: seguir os passos do pai, um agricultor que jogava de centroavante no time amador de Juazeiro onde nasceu, na Bahia. Passados tantos anos, um olhar para trás revela o quanto tudo o que Daniel viveu foi importante e decisivo para as suas conquistas.
Craque que ganhou o mundo, ídolo do Barcelona, titular da Seleção Brasileira e realizado financeiramente, Daniel Alves não perdeu a simplicidade nem o sentido de preocupação e solidariedade com o próximo e os mais carentes. Ele ajuda diversas fundações assistenciais.
Mas não só isso. No futuro, quando abandonar o futebol, ele quer fundar um Centro Esportivo na sua Juazeiro, para dar oportunidade de surgirem novos Daniel Alves.  No futebol e na vida.
Daniel Alves, lateral da Seleção Brasileira. Foto CBF
Daniel Alves, lateral da Seleção Brasileira. Foto CBF
- Em recente programa de tevê, foi abordada a sua infância, mostrada a casa onde morou, em Juazeiro, criado em família modesta, em que todos trabalhavam no campo.  O que você se lembra desse tempo?
- Foi fundamental na minha formação, me ajudou a valorizar as coisas que realmente importam na vida e deixar de lado tudo o que é superficial. Quem não sabe dar o devido valor às coisas que conquista pode muito rapidamente também perdê-las.
- Naquela época, qual era o sonho do Daniel Alves?
- Eu só tinha um sonho: ser igual ao meu pai. Ele trabalhava no campo, como agricultor, eu estava sempre junto, em todo lugar. Mas ele também jogava bola. Era centroavante, e dos bons, do time de Juazeiro, e isso me fez querer ser jogador de futebol. Tanto que comecei a jogar na escolinha do Caboclinho, em Juazeiro, de centroavante. Só que havia jogadores mais altos e foram me recuando, primeiro para a meia, depois volante, até chegar à lateral-direita.
- Do time do Caboclinho ao Juazeiro, passando pelo Bahia e Sevilha, você chegou ao Barcelona e à Seleção Brasileira. Esperava ascender tão longe no futebol?
- Meu pai sempre levou fé que eu iria ser grande jogador. E ele é fanático por futebol, entende, não perde jogo, assiste a tudo pela TV. Mas o caminho foi longo. Disputei uma Taça Bahia de juvenil pelo Juazeiro, fui para o juvenil do Bahia, depois lançado no profissional pelo Evaristo de Macedo, Seleção Sub-20, até chegar ao Sevilha. Não foi nada fácil, mas certamente foi uma trajetória de ascensão.
- Você jogou cinco anos e meio no Sevilha. Não temeu em estacionar e por que demorou tanto a sair, contratado pelo Barcelona?
- Sempre houve interesse de outros clubes, mas me sentia muito bem no Sevilha, era querido pela torcida. Lá aprendi muito, progredi, tanto que quando fui convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, ainda estava no Sevilha. E tive a felicidade de sair no momento certo, para o clube certo.
- Voltando ao seu pai. Fica visível o carinho e o orgulho que você demonstra quando fala do “seu” Domingos. Hoje, ele é quem deve estar orgulhoso de você, concorda?
- Espero que sim, afinal ele está sempre me vendo jogar. O meu pai é o meu espelho, meu ídolo e herói até hoje. Sinto muita falta dele, como aconteceu neste domingo, Dia dos Pais. Mas mandei uma mensagem muito bonita e ainda nos falamos por telefone. Só temos uma diferença: ele é palmeirense; eu gosto do São Paulo.
- Olhando para o passado, o que mudou do Daniel Alves que começou a jogar bola em Juazeiro para o lateral que ganhou o mundo com o Barcelona e a Seleção Brasileira? 
- Não mudou nada. Digo que eu melhorei como jogador e pessoa, graças ao sonho que percorri e a tudo o que foi traçado na minha vida. Olhando para trás, garanto que faria tudo de novo. Pois foi dessa maneira, passando por tudo o que passei, por todas as dificuldades, que eu consegui conquistar os meus objetivos, sempre fazendo o melhor nos momentos certos.
- O que você pensa em fazer quando abandonar o futebol. Vai ter uma fundação para ajudar jovens carentes como fazem alguns ex-jogadores?
- Eu já ajudo algumas instituições assistenciais. Mas o que eu quero mesmo, quando abandonar o futebol, é fundar um Centro Esportivo lá em Juazeiro para dar oportunidade aos jovens, de ser jogador de futebol e também bons cidadãos. Mas vai demorar um pouco. Pelo menos é o que espero. Quero jogar uns 10 anos, mais ou menos- diz com um sorriso.