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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Esporte!

Esporte
24-02-2011 - 21:38h
 

Elias Borges abre o jogo sobre sua saída do Serrano

Por Juliana Ribas
No dia 21 de fevereiro, foi noticiado no Site da Cidade a possibilidade da diretoria do Serrano demitir o então técnico Elias Borges. No dia 22, muitos veículos de comunicação apontaram o contrário: o técnico teria solicitado o seu desligamento.
Segundo o Diretor de Marketing do Serrano, Kleber Avelino, Elias Borges pediu sim desligamento do time: “Ele pediu afastamento e, para preservar a sua imagem, pediu que o Serrano falasse assim”. Kleber afirma ainda que Borges fez um bom trabalho, e não entendeu quando o ex-técnico se pronunciou dizendo que havia sido demitido. “Eu não entendi porque ele fez isso. As portas estiveram sempre abertas. Ele poderia continuar no trabalho de base do Serrano, mas não aceitou.”
O Site da Cidade escutou o ex-técnico do Serrano, Elias Borges, e você terá a oportunidade de ler a entrevista na íntegra:

Saída do Serrano



"Houve até dia que faltou comida. Jogadores como Clayton e Pena, que não precisam do futebol, mas jogam por amor ao clube e à cidade, dormiram alguns dias no chão."
Eu fui pego de surpresa, porque não houve nenhum desentendimento com a diretoria. Ao contrário, sempre tive um bom relacionamento, principalmente com Toninho Cabral. Fazia um ano que eu estava à frente do Serrano.
Faltou da parte administrativa planejamento do trabalho. As coisas iam acontecendo sem nenhum plano, isso dificultou muito. Fizemos pré-temporada em Ituaçu – tudo muito desgastante e desorganizado. Houve até dia em que faltou comida. Jogadores como Clayton e Pena, que não precisam do futebol, mas jogam por amor ao clube e à cidade, dormiram alguns dias no chão.

A demissão para a imprensa

Eles me deram a notícia de que eu seria demitido, na segunda-feira, mas queriam que eu passasse para a imprensa que eu pedi para sair, e aí está o grande problema. Eu jamais iria fazer isso. Não vou recuar, não vou me acovardar diante das dificuldades, porque é assim que mostro a minha capacidade, minha competência e minha força nesse momento difícil.
Eu jamais pediria para sair. Encaro as coisas com seriedade e não me envergonho de dizer que foram eles que quiseram que eu saísse. Saio de lá com a cabeça erguida, porque peguei um time na segunda divisão e deixei na primeira. Estou deixando um time classificado para octogonal. Saio com a consciência do dever cumprido, mas jamais vou mentir para a imprensa, para minha cidade e para os torcedores, porque isso não faz parte do meu caráter.

Os problemas nos jogos



"O trabalho não estava da maneira que gostaríamos, mas as coisas iam acontecer gradativamente. Não se faz um time da noite para o dia."
O time teve dificuldades nas primeiras oito rodadas e saímos do G4 na segunda e terceira rodada, mas depois retomamos ao nosso lugar, e até o domingo passado, mesmo depois da derrota, continuamos no G4. O trabalho não estava da maneira que gostaríamos, mas as coisas iam acontecer gradativamente. Não se faz um time da noite para o dia.
Alguns diretores insatisfeitos, ou um, tentava incentivar a diretoria toda com a ideia de que deveria mudar o treinador. Alguns diretores até seguraram, principalmente o Antonio Cabral, que conhece o meu trabalho. Mas, a derrota no domingo, pela rivalidade entre o Vitória da Conquista e o Serrano, foi o que culminou para a minha saída. O resultado não foi bom, mas não era motivo de desespero.

Como o time ficou depois da sua saída

O Serrano agora corre um grande perigo. Depois da minha saída, o grupo rachou. Muitos jogadores estão insatisfeitos. Eu só desejo que o time vá bem e que ganhe esta partida, mas eles podem pagar um preço pela não classificação.

Divisão no Time

Pena e Clayton têm uma consideração muito grande por mim. Conhecem a capacidade, competência. Ser reconhecido por dois grandes jogadores é muito importante para mim. Eles estão muito chateados por tudo o que aconteceu, acharam uma injustiça muito grande.
Pena, a princípio quis sair, mas eu telefonei para ele dizendo para continuar e ajudar o time. O Clayton também ficou muito chateado, mas conversei com ele também. Eu acho que o Pena deve continuar. Porém, o problema não é esse. O grupo realmente rachou e eu entendo que um ambiente onde não há união e sintonia é muito difícil controlar. A união faz a força, e eu sempre prezei por isso na minha equipe.

Rivalidade ECPP Vitória da Conquista X Serrano

A rivalidade é uma coisa muito prejudicial. Algumas pessoas do time estão muito preocupadas com o Vitória da Conquista e se esquecendo do Serrano. O Conquista já tem o rumo dele, já está bem estruturado. O pessoal tem que focar no Serrano.

Derrota e Desentendimento no Serrano

"Me senti dormindo com o inimigo."
Tem gente que está participando do Serrano e não entende de futebol. Não todos. O Serrano é um time com financeiro bom, mas já faltou até comida na sede. É um absurdo. Os jogadores dormem na cama, mas com colchão muito fino, e já reclamaram.
A questão da documentação foi outra falha. Nas vésperas do primeiro jogo contra o Conquista, eu treinei um time e, no domingo, com tudo pronto, vieram me avisar que os jogadores que treinei não poderiam jogar. Às 15h da tarde, o presidente do time já sabia, pessoas do departamento já sabiam, mas simplesmente não me avisaram. A partir desse momento fiquei com o pé atrás. Me senti dormindo com o inimigo.
Dentro de campo, os resultados também não aconteceram, mas porque precisava de um padrão de jogo. Mexer num time base não é fácil, principalmente dentro de uma competição como esta. Eu tinha certeza que este time ia melhorar, ia decolar a partir da próxima quarta-feira, mas infelizmente um dos diretores não compreendeu isso, e queria que as coisas acontecessem no futebol apressadamente. Não é assim, o futebol requer tempo.

Perda de Autonomia

"Não admito que diretor nenhum venha escalar o time. Eu não sou nenhum fantoche."
Nossa matéria-prima, os jogadores de Conquista e região são muito bons. Eu acho que o grande erro da Diretoria foi implicar com um jogador. No caso específico de Éder Caetité, descobrimos nova posição para ele, como volante, e o pessoal achou que ele não deveria jogar. Nesse momento eu fui atrapalhado. Se eu coloco Éder no jogo de domingo contra o Conquista, eu não teria perdido, eu te falo isso com toda segurança.
Fui atrapalhado porque não pude colocar o jogador em campo, e já estava começando a ficar um pouco chateado com isso. Eu não admito que diretor nenhum venha escalar o time. Eu não sou nenhum fantoche. Tem muitos jogadores que não têm condição de estar no plantel. Infelizmente, não têm comprometimento nenhum, estão inflacionando a folha e não vão dar resultado para o time.

Volta ao Vitória da Conquista e Novas Propostas

Graças a Deus, já passei por muitos clubes e, em todos, deixei as portas abertas. No Conquista, eu acho que a porta está escancarada para mim. Lá eu entro pela porta da frente, pela do fundo, eu entro até pela janela. Mas acho que o Conquista está bem servido com o Lima, e quero que ele continue fazendo este trabalho, que o time represente bem a nossa cidade.
Estou disponível para o Conquista, para o próprio Serrano  - dentro de uma organização melhor – e qualquer clube da Bahia. Estou no mercado já querendo trabalhar, porque eu gosto de trabalhar também.
Por enquanto não tive nenhuma proposta. Mas acho que à medida que o pessoal tomar conhecimento da notícia, os convites vão aparecer.

Esporte!

Apesar da aposentadoria, Ronaldo ainda é febre nas redes sociais
A Nike, uma das patrocinadoras mais antigas do atacante, criou a hashtag #prasemprefenomeno
Campinas, SP, 24 (AFI) - Após anunciar aposentadoria, o atacante Ronaldo ficou em evidencia em todas as mídias, mas em especial nas redes sociais. O aumento de menções ao perfil do ex-jogador era previsível. Perfis de todo o mundo comentaram o anúncio de aposentadoria do craque, utilizando o apelido do jogador (@ClaroRonaldo) pelo Twitter.
Em seu Twitter, o craque basicamente agradeceu aos torcedores pelas mensagens e pelo carinho. Uma pesquisa recente da Trevisan Gestão do Esporte mostra que o jogador brasileiro tem o segundo maior número de seguidores entre os jogadores brasileiros em atividade, perdendo apenas para Kaká. Segundo a pesquisa, no início de janeiro, o jogador apresentava 1.013.923 seguidores. Três dias após o anúncio da aposentadoria, o número de seguidores marcava 1.267.961. Esse crescimento mostra que a relação do jogador com os fãs é muito forte. Independente de estar jogando ou não, ele tem uma imagem e uma credibilidade bastante consistente, o que é muito bom para os negócios que ele tocará daqui para frente.
A Nike, uma das patrocinadoras mais antigas do atacante, criou a hashtag (termo que reúne posts sobre um mesmo assunto no Twitter) #prasemprefenomeno e uma página especial de fotos da passagem dele pelo Corinthians para homenagear o jogador.
Não há como saber ao certo quantas pessoas/perfis aderiram e compartilharam o “#prasemprefenomeno, mas foram milhares devido ao grande impacto gerado nas redes sociais e, principalmente, no Twitter, pelo anúncio de aposentadoria do jogador.
Com esta iniciativa, a Nike ativa não apenas o patrocínio, como fortalece o próprio apadrinhado. Ronaldo saiu dos campos, porém está longe de sair dos holofotes.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Esporte!

Olá !
Passei um tempo longe. Mas volto agora para relatar algo muito importante, a marca alcançada pelo atleta Hailton, que hoje chegou a marca de 99 gols com a camisa do Juazeiro Social Clube e vai chgar aos 100 não dulvido.

Juazeiro Social Clube

Olá !
Passei um tempo longe. Mas volto agora para relatar algo muito importante, a marca alcançada pelo atleta Hailton, que hoje chegou a marca de 99 gols com a camisa do Juazeiro Social Clube e vai chgar aos 100 não dulvido.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Esporte!

[Opinião] Carta aberta ao Fenômeno

16 de Fevereiro de 2011 02:56
Por Rafa Santos, da Redação do Yahoo! Brasil
Caro Ronaldo,
 Você decidiu parar de jogar futebol na última segunda-feira, dia 14 de fevereiro. Data em que completei 26 anos. Nunca tive o privilegio de entrevistá-lo. Como repórter de campo, sempre tive o azar de ao cobrir o treino do Corinthians você estar na academia. Apenas tive o prazer de vê-lo em alguns jogos e treinamentos com bola. Nunca em uma entrevista. Como jornalista, você sempre esteve longe, Ronaldo. Sua fama e o batalhão de assessores que o cerca o tornaram quase inacessível.
Contudo, você sempre esteve presente na minha vida. Em 1993 quando começou a se destacar no Cruzeiro eu passei a acompanhar futebol (uma febre indomável que acomete todos os meninos brasileiros em algum ponto da infância). E você nunca me faltou, semana após semana eu acompanhava o Fantástico para ver os gols da rodada e você sempre estava lá. Ainda magro, ainda menino, mas com o carisma que me fez acompanhar ansioso cada passo de sua trajetória.
Foto: Gazeta Press Depois você foi para o PSV e o frio Campeonato Holandês passou a me interessar. No Barcelona eu me apaixonei de vez por futebol. Um amor juvenil, inconsequente como aquele gol em que você driblou quase meio time do Compostela. O vídeo foi exibido mil vezes, usado em uma propaganda e levou sete jogadores do time adversário a entrarem na justiça. Francamente, não sei o desfecho da ação, mas o impacto daquele lance marcou a minha história assim como sei que marcou milhares de meninos pelo mundo.
Veio a Inter de Milão e a Copa de 1998. Mal acostumado a contar com você, eu, confiante, vi o Brasil cair diante da França de Zidane. Eu cai junto, foi a minha maior decepção como torcedor da seleção. Até achei que eles tinham comprado a Copa por algum tempo. Depois, mais maduro, eu percebi que você só estava mostrando que era humano. Assim como eu. Percebi com os meus erros e  com a sua crise de nervosismo naquela final que ninguém é infalível.  Entendi que mesmo os grandes podem cair e passei a me cuidar cada vez mais com a ilusão de me preservar.
Em 2002 tudo mudou. Ainda imaturo, na faculdade, você me mostrou em uma manhã de domingo que o mundo muda e que os grandes se levantam. Que uma segunda chance existe e temos que estar preparados para aproveitá-la. Que é preciso meter gol e se mostrar capaz. Era o fim da inocência e o começo da fase adulta.
Você sofreu muito a partir daí. Teve novas lesões e passou muito tempo parado. Estava acabado, um grande esportista em sua fase final. Mas, você mostrou que temos que ser como tigres loucos, que mesmo feridos acreditam sempre. O seu primeiro gol pelo Corinthians contra o Palmeiras foi o primeiro rugido de um fera velha, mas ainda majestosa. Sua temporada 2010 me fez acreditar que nunca se deve jogar a toalha. Que ninguém nunca está realmente acabado.
E ainda no Corinthians você caiu. Parou de brilhar como um cometa que ressurge a cada década e se esvaí em seu esplendor. Todavia, faz tempo que seu desempenho dentro de campo deixou de importar. Assim como no futebol, você vai ver que aqui fora se ganha ou se perde. O que  resta é seguir com um tigre louco, lutando contra o acaso e  desafiando novas barreiras. Enfim, domando o destino. Obrigado, Ronaldo. Por ter me ensinado tanta coisa. Por me fazer aprender a amar o futebol.
*Rafa Santos é jornalista, roteirista e editor de esportes do Yahoo! Brasil

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Juazeiro Social Clube

Olá!!
Muita comoção na despedida com os atletas, eu sou muito grato a cada um deles pelo respeito e dedicação nesses poucos dias.
Estarei torcendo e orando pelo Juazeiro Social Clube, até que eu tenha que enfrenta-lo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Juazeiro Social Clube

Olá! Olha só a hora que estrou entrando, mas só para deixar voces bem informado: Não estamos no comando técnico do Juazeiro Social Clube, para alegria de muitos.
Que agradecer a todos que torcem e oram por mim.

Hpertiriódismo!

O que é hipertireoidismo

O hipertireoidismo é uma desordem que ocorre quando a glândula tireóide fabrica mais hormônios do que a necessidade do corpo. As mulheres são mais propensas a desenvolver hipertireoidismo do que homens.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Juazeiro Social Clube

Olá! Hoje foi um dia daqueles em que todas as coisas deram errado quando poderia tudo dar certo. Perdemos mais um jogo que eu pensei que não perderia, nosso time teve várias oportunidade de liquidar a partida e sair com a vitória.
Tive uma grande decepção com um atleta, (Michel Tiago) que sabendo das dificuldades que passamos, não teve sentido de grupo e nos atrapalhou muito, mas já foi deligado do nosso grupo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE
CAMILE PASQUALOTTO LEWCZYNSKI
A PERCEPÇÃO DAS ESPOSAS SOBRE A PROFISSÃO DE JOGADOR
DE FUTEBOL E O SEU PAPEL NA CARREIRA DE SEUS MARIDOS
JOGADORES PROFISSIONAIS DE FUTEBOL
Novo Hamburgo
2010
1
CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE
CAMILE PASQUALOTTO LEWCZYNSKI
A PERCEPÇÃO DAS ESPOSAS SOBRE A PROFISSÃO DE JOGADOR
DE FUTEBOL E O SEU PAPEL NA CARREIRA DE SEUS MARIDOS
JOGADORES PROFISSIONAIS DE FUTEBOL
Monografia submetida ao Curso de Pós-
Graduação em Psicologia do Esporte, como
requisito para obtenção do grau de Especialista
em Psicologia do Esporte.
Orientador: Prof. Marcio Geller Marques
Novo Hamburgo
2010
2
A PERCEPÇÃO DAS ESPOSAS SOBRE A PROFISSÃO DE JOGADOR
DE FUTEBOL E O SEU PAPEL NA CARREIRA DE SEUS MARIDOS
JOGADORES PROFISSIONAIS DE FUTEBOL
RESUMO
Os papéis desempenhados pela mulher especialmente o papel de esposa na sociedade,
caracterizam-se por movimentos de constantes alterações em práticas e valores. O presente
estudo teve como objetivo analisar a percepção das esposas de jogador sobre o seu papel na
carreira dos seus maridos, tema cuja bibliografia ainda é escassa. Os dados são provenientes
de entrevistas realizadas com esposas de jogadores de futebol profissional apresentando a
visão delas sobre o papel de esposa de jogador, assim como a percepção sobre a carreira de
seus maridos. O estudo realizado apresentou como as esposas abdicam de sua vida
profissional em função do marido, a dedicação à casa e à família acima de tudo, a tensão de
cada final de contrato, as duras críticas públicas que precisam ouvir de qualquer um, o quanto
se sentem sozinhas pelas constantes viagens e concentrações em função dos jogos, as
freqüentes mudanças de cidade ou país, a falta dos amigos e parentes. O estudo mostrou a
profissão de jogador de futebol sob uma ótica diferente do que acompanha-se na mídia de que
a carreira é só glamour e dinheiro fácil. Com relação às esposas dos jogadores, vimos que há
muita abdicação, doação e altruísmo na vida destas mulheres. Pôde-se concluir que as
entrevistadas vivem um papel tradicional feminino, pois abrem mão de suas vidas pessoais e
profissionais em detrimento da carreira de seus maridos.
Palavras-chave: Esposa. Jogador. Futebol. Carreira.
1 INTRODUÇÃO
A palavra mulher é dotada de diversos sinônimos e significados. As palavras mulher e
esposa são muitas vezes confundidas, gerando até na maioria dos idiomas o mesmo significado.
Prado (1979) observa que as duas palavras são usadas indeterminadamente em quase todas as
línguas. Quando chamamos uma mulher casada usando o termo “mulher”, todos entendemos que
ela se une à aquele homem pelo casamento, seja ele oficial ou não. Mulher e esposa no contexto
do casamento parecem uma coisa só, mas quando estudamos melhor a respeito, chegamos à
conclusão que não é bem assim. A começar que toda esposa é uma mulher, porém nem toda
mulher é uma esposa.
3
Observa-se que a mulher, esposa ou porque não dizer mãe, executa muitos papéis. Dos
primórdios até hoje, estes papéis foram aumentando gradativamente e ainda depois da segunda
guerra mundial, com a entrada da mulher no mercado de trabalho, notou-se um aumento no
número de papéis desta mulher na sociedade, sobretudo na sociedade contemporânea.
É notório, porém pouco explorado o papel das esposas na carreira de seus maridos,
sobretudo as esposas dos jogadores de futebol, haja visto a escassez bibliográfica sobre o
tema. Conforme mencionado em seu estudo, Marques e Samulski (2009) apontam que apesar
do assunto ser alvo constante de reportagens na mídia, pouco se sabe sobre os instrumentos de
suporte social e familiar que os atletas brasileiros possuem.
Há uma preocupação especialmente com a influência dos pais e as suas intervenções na
vida dos atletas, mas esquece-se que quando atingem o nível profissional, a grande maioria divide
a vida não mais com seus pais, mas sim no casamento com suas esposas.
A partir destes dados, o presente estudo visa conhecer e identificar a visão das esposas
sobre a profissão de atleta de futebol e o seu papel na carreira de seus maridos jogadores
profissionais de futebol.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O PAPEL DA MULHER
Cada ser humano desempenha vários papéis, cada papel exige certos comportamentos,
sendo assim, e possível que apareçam algumas vezes, incompatibilidades entre as exigências
de diferentes papéis, que Braghirolli (1999) denomina de conflito de papéis.
Para Goffman (2002) os papéis masculino e feminino configuram tipificações do que
seria pertinente ao homem e a mulher. Englobam aprovações, restrições e proibições que
seriam apreendidas e transmitidas ao longo de gerações e durante o percurso da vida, do bebê
ao idoso. Kingston (2005) considera que o papel de esposa sempre definiu uma mulher, mas o
de marido não define um homem.
Autores como Durham (1983), Coutinho (1994), Bourdieu (1999), Zamberlan (2001),
Lipovetsky (2000), retratam o papel da mulher na sociedade brasileira tradicional como sendo
o espaço privado considerado próprio da natureza feminina e o público, da masculina.
Coutinho (1994) sintetiza que a partir da demarcação dos dois setores - público e privado -
4
diferenças biológicas entre homens e mulheres foram tomadas pelo discurso social para
explicar e manter diferenças sociais e profissionais.
Moreno (1975, p. 27) diz que: “os papéis não estão isolados, tendem a formar
conglomerados”. Marks e Sieber (apud POSSATTI; DIAS, 2001) enfatizam que ao
desempenhar vários papéis os indivíduos não acumulam apenas obrigações, mas também
passam a desfrutar de privilégios e se as recompensas forem maiores que as preocupações, o
mesmo terá ganhos para a sua personalidade favorecendo o bem-estar psicológico. Já Goode
(apud POSSATTI; DIAS, 2001), discorda, quando assume que a multiplicidade de papéis é a
causa de prejuízos no bem-estar psicológico, devido ao fato de que pessoas envolvidas numa
multiplicidade de papéis freqüentemente estão confrontadas com estressores.
Segundo Carter e Mc Goldrick (1995), as mulheres sempre desempenharam um papel
central nas famílias, mas a idéia de que elas têm um ciclo de vida a parte de seus papéis como
esposa e mãe é uma idéia relativamente recente, e ainda não amplamente aceita em nossa cultura.
Para Dohrenwend (apud CARTER; Mc GOLDRICK, 1995) as mulheres estão
expostas a índices mais altos de mudança e instabilidade em suas vidas, em virtude de seu
maior envolvimento emocional com as vidas daqueles que as cercam.
2.2 A ESPOSA
Para Prado (1979), o termo “esposa” é o papel atribuído à mulher em função do qual se
formaliza o laço de paternidade entre um homem com quem ela estabeleceu um contrato social ou
religioso (que serve para institucionalizar a vida sexual) e os filhos a quem ela dará a luz.
Conforme Malheiros (apud ZAMBERLAN, 2001), antigamente, o ideal de mulher residia
na segurança, e só isso: um lar comum, marido que a protegesse e por ela decidisse e pensasse, e
filhos, tantos quanto Deus mandasse. O que acontecia no mundo de fora de sua casa não lhe
interessava, esse mundo era exclusivamente de seu marido. Este fenômeno segundo Durham
(1983) et al. denomina-se de espaços público e privado como próprios para cada sexo.
A primeira referência de esposa na Bíblia, no Gênesis 2:18, deixa clara sua função de
apoio e durante séculos a adjutora, mais tarde a companheira, é o que a esposa representa,
pelo menos publicamente; ela foi a retaguarda doméstica e o apoio emocional necessário para
seu marido poder seguir em frente e ganhar a vida.
5
Whyte (apud KINGSTON, 2005), descreve a esposa como uma ilha de tranqüilidade,
que liberaria a energia total do marido para o trabalho. Para Kingston (2005) é de esposa e
não de prostituta a mais antiga profissão.
Como funções da esposa, Lopata (apud PRADO, 1979), designa que ela deve manter o
equilíbrio entre ser companheira e amante, mãe e dona-de-casa.
Goldenberg (2005), descreve que utiliza a idéia de invisibilidade a partir da constatação de
que esposas ocuparam uma posição percebida como secundária ou inferior nos partidos e
organizações de esquerda aos quais pertenceram, escondidas sob o rótulo de “mulher de”,
“companheira de” ou “filha de”. Querendo assim enfatizar que foram seus maridos, companheiros
ou pais que ocuparam posições dominantes no interior destes organismos, sendo considerados
“importantes”, “famosos”, “figuras históricas”, “lideranças políticas”.
Zamberlan (2001), considera que de parceira passiva na sociedade conjugal,
incumbida das tarefas e dos encargos domésticos, a mulher passou a ter expressão na força de
trabalho, participando de todas as atividades antes só reservadas aos homens. A posição da
mulher no mundo contemporâneo vem sendo modificada para atingir a igualdade com o
homem, visto que a sociedade patriarcal sempre enfatizou a presença masculina em
autoridade e importância.
Portanto, conforme Kingston (2005), podemos afirmar que não há um significado singular
de esposa. Ver a esposa plenamente, através de uma lente multifacetada, é um dos principais
desafios da sociedade no século XXI.
2.3 A FAMÍLIA
Segundo Pichon-Riviére (apud OSÓRIO, 1996), a família proporciona o marco
adequado para a definição e conservação das diferenças humanas, dando forma objetiva aos
papéis distintos, mas mutuamente vinculados, do pai, da mãe e dos filhos, que constituem os
papéis básicos em todas as culturas.
Para Levi Strauss (apud OSÓRIO, 2002), a família é uma unidade grupal na qual se
desenvolvem três tipos de relações pessoais: aliança (casal), filiação (pais/filhos) e
consangüinidade (irmãos) - e que, a partir dos objetivos genéricos de preservar a espécie,
nutrir e proteger a descendência e fornecer-lhe condições para a aquisição de suas identidades
pessoais, desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de transmissão de valores
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éticos, estéticos e culturais.
Osório (1996) e Zamberlan (2001) concordam que a condição neotênica da espécie
humana, ou seja, a impossibilidade de sua descendência sobreviver sem cuidados ao longo
dos primeiros anos de vida, foi sem dúvida, responsável pelo surgimento do núcleo familiar
como agente de perpetuação da vida humana e é através da relação familiar que o ser humano
treina estar unido e separado desde muito cedo. Primeiro com relação a mãe, logo após ao pai
e aos irmãos.
Para Osório (2002) esquematicamente, podemos dividir as funções da família em
“biológicas”, “psicológicas” e “sociais”.
Negreiros e Carneiro (2004) dividiram a evolução da família em dois momentos, o que
elas chama de modelo antigo e modelo novo. No “modelo antigo” os dois sexos são
concebidos como “naturalmente” diferentes, tanto bio-psíquica como socialmente. As
identidades masculinas e femininas configuram-se demarcadas com precisão - o que cabe a
um exclui o outro, quer em comportamentos, atitudes, sentimentos, inclinações ou interesses.
Já no “modelo novo” de família, as fronteiras de identidades entre os dois sexos são fluidas e
permeáveis, com possibilidades plurais de representação.
Para Zamberlan (2001), os diversos modelos de família estão intimamente ligados com
os movimentos históricos e com a evolução da espécie humana. Já para Carter e Mac
Goldrick (1995), a mudança do papel feminino nas famílias é central nesses padrões de ciclo
de vida familiar em modificação.
Segundo Osório (2002), a família pode se apresentar, sob três formatos básicos: a
“nuclear” (conjugal), a “extensa (consangüínea) e a “abrangente”. Por família nuclear
entenda-se a constituída pelo tripé pai-mãe-filhos; por família extensa a que se componha
também por outros membros que tenham quaisquer laços de parentesco; e por abrangente a
que inclua mesmo os não parentes que coabitem. Na família contemporânea, tenha o casal ou
não filhos, cada vez mais confundem-se os papéis do homem e da mulher na vida conjugal.
2.4 O CASAMENTO
Em Costa (2000), o casamento é uma das instituições mais antigas do mundo
civilizado, cuja celebração conserva suas características, há mais de dois mil anos.
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Costa (2000), traça ainda uma trajetória histórica do casamento, iniciando na Idade
Antiga, onde a mulher passava do culto da família de origem, ou seja, do pai, para o culto da
família do marido, ou seja, para o marido. É bem provável que seja esta a origem do
acréscimo do nome da família do marido ao nome da mulher. Nesta mesma época, o
casamento era um acordo entre o pai da noiva e o noivo, que incluía o pagamento de um dote
por parte do pai.
Segundo Zamberlan (2001) o conceito de casamento romântico, no qual se contraem
núpcias por amor e não por conveniência, data do século XIX. Carter e Mc Goldrick (1995)
complementam que, não se entra em nenhum relacionamento familiar por escolha, a não ser
no casamento.
Em um capítulo intitulado o casamento como “carreira” para a mulher, Coutinho
(1994) ressalta que em tempos onde a mulher só ocupava o espaço privado, o casamento era
como a única possibilidade de carreira aberta à mulher, o casamento enobrecia a mulher e
abria-se como a única possibilidade de ascensão social, em um tempo em que não eram
permitidas as mulheres atividades que possibilitassem sua promoção por esforço próprio.
Para Harold Kelley (apud RODRIGUES, 1998), duas pessoas estão numa relação se
uma possui impacto sobre a outra, se elas são interdependentes, no sentido de que a mudança
em uma, causa uma mudança na outra e vice-versa.
As mulheres hoje em dia, segundo Maushart (2007) procuram o casamento pelos
mesmos motivos do passado, como: o desejo de ter e criar os filhos, a segurança econômica, o
estabelecimento da identidade adulta na comunidade; e para ter amor e companheirismo. É o
que a autora denomina de os pilares (necessidades) sobre os quais a instituição casamento se
apóia: reprodutivas, econômicas, sociais e psicossociais.
Para Maushart (2007), no casamento, as mulheres são responsáveis pelo bem estar
físico e emocional dos homens e dos filhos. Para a autora, o papel de esposa é uma missão
demorada, desgastante com um alto custo emocional. Segundo Goleman (1995), a mulher
chega ao casamento preparada para exercer o papel de administradora das emoções, enquanto
os homens se casam sem esse ferramental que, enfim, será muito importante para que o casal
se mantenha unido.
Singly (apud CARNEIRO, 1998), ressalta que a relação conjugal vai se manter
enquanto for prazerosa e “útil” para os cônjuges. Valorizar os espaços individuais significa,
muitas vezes, fragilizar os espaços conjugais, assim como fortalecer a conjugalidade
demanda, quase sempre, ceder diante das individualidades.
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O ingresso substancial das mulheres no mercado de trabalho provocou uma profunda
alteração nos papéis tradicionalmente desempenhados no casamento, segundo Lipovetsky
(2000) e Coutinho (2003). O homem provedor e a mulher encarregada da organização da casa
e da educação dos filhos deram lugar a dois trabalhadores remunerados, mesmo que,
eventualmente, as atividades profissionais sejam realizadas dentro do lar.
Mas ainda assim podemos observar casamentos onde prevalece o altruísmo, que
segundo Rodrigues (1998), os benefícios altruístas oferecidos a um parceiro são guiados
somente pelas necessidades deste e não envolve considerações sobre as necessidades daquele
que ora oferece o beneficio, sejam presentes, passadas ou futuras. É cuidando do outro e
fazendo todo o possível pela sua felicidade que o indivíduo motivado por este tipo de amor
encontra sentido e satisfação em sua própria vida.
Podemos dizer que a mulher não apenas exerce os papéis a qual nos referimos no
presente estudo, de mulher, mãe e esposa, quanto tantos outros papéis a que escolher e/ou for
designada. Também podemos citar os papéis determinados pela classe social, os papéis
afetivos, os papéis determinados pelas atitudes e ações das pessoas, os papéis familiares
dentre outros.
2.5 O ATLETA DE FUTEBOL
O futebol faz parte da identidade do país e além de ser uma modalidade simples e
barata, segundo Marques e Samulski (2009) o futebol é visto como uma oportunidade de
ascensão social e profissional para jovens oriundos de famílias de baixa renda.
Segundo Leal (2000), o futebol atualmente, é uma atividade profissional que
movimenta grande capital financeiro, e propicia o sustento de uma infinidade de profissionais
dos mais diferentes segmentos da sociedade, como empresários, médicos, psicólogos,
professores, treinadores, atletas, fisioterapeutas, jornalistas, entre outros.
Damo (2005) nos trás que há mercado para nossos jogadores de futebol nos quatro
cantos do mundo. Mas antes de pressupor que haja apenas encantamento com a originalidade
do nosso estilo de jogo, há que se trabalhar com a idéia de que existe um mercado globalizado e
não se trata apenas de trabalho: mas de mercadorias, de pessoas que são agenciadas e
transacionadas.
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Das descrições sobre o atleta de futebol e sua carreira, a que mais chama a atenção foi
escrita por Eduardo Galeano (1995, p. 3):
Corre, ofegando, pela lateral! De um lado o esperam os céus, da glória; do outro, os
abismos da ruína.
O bairro tem inveja dele: o jogador profissional salvou-se da fabrica ou do escritório, tem
quem pague para que ele se divirta, ganhou na loteria. Embora tenha que suar como um
regador, sem direito a se cansar nem a se enganar, aparece nos jornais e na televisão, as
rádios falam se nome, as mulheres suspiram por ele e os meninos querem imitá-lo. Mas
ele, que tinha começado jogando pelo prazer de jogar, nas ruas de terra dos subúrbios,
agora joga nos estádios pelo dever de trabalhar e tem a obrigação de ganhar ou ganhar.
Os empresários podem comprá-lo, vendê-lo, emprestá-lo e ele se deixa levar pela
promessa de mais fama e mais dinheiro. Quanto mais sucesso faz, e mais dinheiro ganha,
mais esta preso. Submetido a uma disciplina militar, sofre todo o dia o castigo dos
treinamentos ferozes e se submete aos bombardeios de analgésicos e as infiltrações de
cortisona que esquecem a dor e enganam a saúde. Na véspera das partidas importantes,
fica preso num campo de concentração onde faz trabalhos forçados, come comidas sem
graça, se embebeda com água e dorme sozinho.
Nas outras profissões humanas, o ocaso chega com a velhice, mas o jogador de futebol
pode ser velho aos trinta anos. Os músculos se cansam cedo. Ou antes dos trinta, se uma
bolada fizer que desmaie de mau jeito, ou o azar lhe estourar os músculos, ou um
pontapé lhe quebrar um desses ossos que não tem conserto. E um belo dia o jogador
descobre que jogou a vida numa só cartada e que o dinheiro evaporou-se, e a fama
também. A fama, senhora fugaz, não costuma deixar nem uma cartinha de consolo.
Kfouri (2000) analisando a carreira de jogador de futebol, considera que a carreira é curta
e que os atletas têm que reproduzir o dinheiro que ganham da melhor maneira possível enquanto
estão sob os holofotes. São características estruturais das profissão segundo Damo (2005), carreira
curta, auge precoce e difícil reconversão.
Azevedo (2008), nos mostra ainda que embora o imaginário popular alimente a idéia de
que jogador de futebol é um privilegiado e ganha um alto salário, a realidade concreta demonstra
que o futebol é um universo de desempregados da bola.
No livro Danrlei, uma lenda gremista, Rocha (2009) nos trás o depoimento de uma exmulher
de jogador que ele considera importante publicar, pois revela sem intermédios, o lado
pessoal de um personagem que nos acostumamos a ver sob a ótica do mito. Para o autor, no
depoimento se desnuda o pai, o companheiro, o homem, enfim, o ser humano por trás do ícone,
Osório (2009, p. 16):
Aprendi que ter uma vida pública pode ser fascinante, trazer mil e uma facilidades,
despertar uma vaidade enorme, mas também trás a dor de escutar críticas cruéis de
qualquer um, de ser abordado a qualquer momento, onde menos se espera, por uma
pessoa qualquer, que se acha no direito de dizer o que bem entender. Na maioria das
vezes eu sofria muito mais do que ele, pois não conseguia encontrar no pai do meu filho,
no meu marido divertido, traços do personagem tantas vezes pintado pela mídia.
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Não seria leviano apontar nos dias de hoje que o desejo de muitos meninos é de se
tornar um craque da bola, como Ronaldinho Gaúcho, Romário, entre outros que saíram da
periferia para o estrelato. É o que relata em seu livro o jogador Bebeto em Oliveira (2004),
que nasceu em Salvador e desde pequeno sempre foi apaixonado por futebol e sonhava em ser
um grande jogador para além de realizar seu sonho, dar à sua família o conforto que nunca
tivera. Histórias como esta fazem com que muitas crianças e adolescentes vejam no futebol a
oportunidade de vencer na vida e de, ao mesmo tempo, serem ídolos do Brasil e do mundo.
2.6 A RELAÇÃO ATLETA E MÍDIA ESPORTIVA
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, a imprensa esportiva ganhou espaço,
notoriedade e atualmente é de bastante importância e destaque na mídia. Boas (2005) diz que
o esporte é talvez o mais democrático dos temas. Atrai pessoas de todas as idades, de todas as
camadas sociais, tornou-se um fenômeno lucrativo considerável, negócio de proporções
mundiais, motivo para tendências e modismos.
A mídia desempenha um importante papel na divulgação, popularização e
massificação do esporte. Betti (1998) salienta que o esporte transformou-se num espetáculo
modelado de forma a ser consumido por telespectadores que procuram um entretenimento e é
parte cada vez maior da indústria do lazer.
Azevedo (2008), considera que a mídia, como a televisão, a internet e os outros meios
de comunicação reforçam positivamente ou negativamente a carreira e o sucesso no mercado
do futebol. O futebol se converte em mercadoria para ser vendida e consumida. Para
reproduzir-se socialmente, ter ascensão social e sucesso na profissão, o jogador também passa
a fazer parte do consumo do espetáculo.
Coelho (2003) considera que a volúpia que a Internet passou pelo mercado editorial do
Brasil causou graves estragos para os jornalistas consagrados. Muitos perderam o emprego e
os novos jornalistas entraram no mercado com a sensação de que vale mais uma notícia
publicada rapidamente do que uma informação checada criteriosamente antes de ser
publicada.
Observamos que o futebol está intimamente ligado à mídia, e essa relação demonstra a
face do esporte moderno como um produto da sociedade. A mídia reforça o imaginário
coletivo a respeito da concepção do atleta viver em plena luta e satisfação. O atleta é visto
11
como aquele que desfruta de prazeres e favores especiais em relação à população em geral,
desta forma desperta em crianças e jovens o fascínio por esta profissão.
3 MÉTODO
3.1 CARACTERÍSTICA DO ESTUDO
O presente estudo é qualitativo do tipo análise de conteúdo.
Para Bardin (1977), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das
comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a interferência de conhecimentos
relativos as condições de produção/recepção destas mensagens.
3.1.1 Amostra
A pesquisa foi realizada com 11 esposas de jogadores de futebol de nível profissional
de primeira divisão dos países que disputam. Todas elas casadas ou com união estável, sendo
82% casadas e 18% união estável de no mínimo 2 anos residentes no Brasil e no exterior,
tendo uma média de tempo de relacionamento de 9,8 anos. A média de idade da amostra é de
28 anos. Em relação ao grau de instrução 27% possuem ensino médio completo, 18%
possuem ensino superior incompleto, 45% possuem ensino superior completo e 9% possuem
mestrado/pós-graduação. Apenas 9% das entrevistadas afirma exercer uma profissão.
3.1.2 Coleta de Dados
O levantamento dos dados se deu através de entrevista semi-estruturada.
12
3.1.3 Análise dos Resultados
A partir das entrevistas foram constituídas as seguintes categorias:
a) Categoria 1: Participação na rotina do marido
Nesta categoria verificou-se de que forma as esposa consideravam participar da rotina
do marido, tanto no que se referia a rotina pessoal de trabalho, viagens e como elas percebiam
exercer influência direta ou indireta na profissão dos atletas.
Constatou-se que em virtude do tempo destinado a viagens a trabalho e as
concentrações que antecedem os jogos, as esposas programam-se e vivem suas rotinas
conforme a rotina de seus maridos, podemos observar as seguintes respostas: “Faço com que
os meus horários sejam compatíveis aos dele, eu programo meus dias conforme os horários
dele, faço da minha vida a vida dele” (A., 27 anos). “Participo da rotina dele estando com
ele sempre que podemos, estando unidos, fazendo as coisas juntos” (D. 27 anos).
Estes relatos vem ao encontro de Carter e Mc Goldrick (1995) de que a expectativa em
relação às mulheres e de que elas cuidariam das necessidades dos outros: primeiro dos
homens, depois das crianças e depois dos idosos.
Outras delas acreditam que obtendo informações através da mídia esportiva estarão
participando da rotina dos maridos. A mídia esportiva apresenta diariamente notícias através
de rádio, jornal e principalmente internet: “Estar atualizada de tudo, acompanho internet,
programas esportivos e conversamos bastante em casa” (Ab., 27 anos). “Procuro me informar
de tudo o que está acontecendo, lendo jornais, vendo internet, porque pode acontecer que no dia
em que ele chegar em casa e não querer comentar o que ocorreu no seu dia e eu já estou
sabendo” (An., 34 anos).
Outras afirmam que participar da rotina do marido é ir aos jogos sempre que possível,
normalmente na cidade onde residem, aparecendo com alta incidência nas respostas das
entrevistadas. Para elas ir aos jogos demonstra um grande apoio aos maridos, sendo
importante esta participação sob o ponto de vista do casal: “Freqüentando os jogos, é uma
maneira que tenho de estar presente perante o seu trabalho, servindo também como uma
forma de apoio a ele” (A., 27 anos). “Participo assistindo a todos seus jogos” (M., 29 anos).
Ainda para outras mulheres, participar da rotina do marido é exercer as atividades
domésticas, que segundo Maushart (2007), o papel de esposa é realizar uma quantidade
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desproporcional enorme de tarefas domésticas. Vejamos a exemplo algumas respostas: “Eu
realizo todas as coisas relacionadas à rotina do meu marido relacionadas à casa,
administração financeira do lar e das contas” (Ra., 25 anos). “Cuido do uniforme, tanto da
limpeza quanto da organização da mala” (An., 34 anos).
Na visão da entrevistada que informou exercer uma profissão, acredita que é o marido
que participa da rotina da casa e não ela que participa da rotina dele, conforme podemos
constatar em Fonseca (2004), que considera que existem relações em que as mulheres podem
ser menos resignadas aos homens.
Ele é quem participa mais da nossa rotina, cremos que assim, podemos passar para
o nosso filho, uma maior estabilidade emocional. Não faço as malas dele, mas cuido
de tudo relacionado a casa e as finanças, pago as contas, administro o dinheiro,
faço as aplicações necessárias (Re., 28 anos).
b) Categoria 2: Percepção sobre o papel na carreira do marido
Na percepção das entrevistadas, elas são vistas como acompanhantes, apoio e
companheira de seus maridos. Elas se sentem fundamentais pelo sucesso profissional deles,
pois, são elas que oferecem todo o suporte emocional afetivo para que eles possam focar suas
atenções ao desempenho das funções de atleta: “Sou a amiga, companheira, sou a pessoa
mais próxima que dá força para ele seguir adiante” (A., 27 anos).
Bom, a mulher tem um papel muito importante na vida do atleta, porque eles precisam
se dedicar intensamente e tem que ir pra qualquer lugar do mundo a qualquer momento.
O mais importante é apoiá-lo o tempo todo e dar força. A mulher tem um papel muito
importante para a carreira do atleta fluir bem (C., 29 anos).
“Na minha opinião tenho um papel fundamental, pois além de ser esposa, sou amiga,
aquela que sempre esta ao seu lado, enfim todas as fases boas e ruins também, sempre estive com
ele e sempre estarei” (D., 27 anos). “Na profissão? Não sei [...] na vida dele acho que sou o
porto seguro [...]. Estou sempre disponível, preocupada com o seu bem estar [...]” (F., 33 anos).
“Sem falsa modéstia, meu papel é de base, alicerce, sustentação e todos os adjetivos que se
enquadrarem a isso. Acredito que uma boa base familiar reflete e muito na atuação dele em
campo” (Re., 28 anos).
Para elas o fato de privar o marido de preocupações oferecendo a ele tranqüilidade para
trabalhar e se dedicar quase que exclusivamente é um papel importante e fundamental da esposa,
que conforme Whyte (apud KINGSTON, 2005), a esposa deve ser como uma ilha de
14
tranqüilidade para liberar a energia total do marido para o trabalho: “Faço com que ele vá
treinar sem preocupações, tomando a frente todos os afazeres domésticos, administrativos,
problemas familiares, enfim faço tudo para que ele esteja bem e possa desenvolver um ótimo
trabalho” (A., 27 anos). “[...] se estiver bem em casa consecutivamente vai estar bem no
trabalho. Não sou o problema, tento ser a solução” (F., 33 anos).
Outras ofendem-se quando perguntadas sobre o seu papel na carreira do marido.
Conforme Goldenberg (2005), o fato de ser chamada de “mulher de”, significa que os homens
ocupam uma posição dominante e de destaque e as mulheres uma função secundária, por serem
seus maridos pessoas famosas. O que para as esposas, não reflete a real percepção de quem vive a
relação (o casal) sobre o papel da esposa de jogador:
Papel na profissão dele?. Meu papel é de esposa, de companheira, amiga. Não tenho
função, ou papel na profissão dele. Somos cúmplices e amigos. Não existe só ele dentro
de casa, nossa vida é conjunta, ele trabalha, tem o trabalho dele, eu também tenho a
minha profissão, não exerço pelo motivo da carreira dele exigir mudanças o tempo todo
e por ser mais curta que a minha (Al., 24 anos).
Outra percepção trazida é a da esposa acreditar não exercer influência direta na carreira do
marido: “Acho que diretamente não influencio muito, mais procuro participar em tudo” (An.,
34 anos).
c) Categoria 3: Percepção sobre os aspectos positivos sobre a profissão do marido
Nesta categoria observamos que praticamente todas as entrevistadas relatam como ponto
positivo da carreira a questão financeira e a ascensão social. Kfouri (2000) nos trás que os atletas
precisam reproduzir o dinheiro que ganham da melhor maneira possível enquanto estão sob os
holofotes e ainda para Marques e Samulski (2009) o futebol é visto como uma oportunidade de
ascensão social e profissional para jovens oriundos de famílias de baixa renda. Não podemos
deixar de considerar nesta categoria, que falamos de jogadores de futebol de nível profissional de
times da primeira divisão do campeonato brasileiro, o que não representa o contingente total de
jogadores de futebol em atividade no país: “A ótima situação financeira que obtém a curto prazo,
tendo uma vida financeira estável sendo ainda muito jovem” (A., 27 anos). “Ter uma estabilidade
financeira mais rápido que um trabalhador comum” (Ra., 25 anos). “Primeiramente o aspecto
financeiro, pois os salários são bastante altos se comparados à realidade de outras profissões no
Brasil” (Ab., 27 anos).
15
Oportunidade que o esporte promove de conhecer outros países, culturas e
conseqüentemente novas pessoas, também foi citado pelas entrevistadas: “O melhor na minha
opinião é a oportunidade de conhecer e vivenciar novas culturas e lugares” (M., 29 anos).
A questão fama e reconhecimento público também é citado pelas entrevistadas como
aponta em seu livro o jogador Bebeto em Oliveira (2004). Segundo o autor, nos dias de hoje
há um grande desejo de muitos meninos em se tornar um craque da bola, como Ronaldinho
Gaúcho, Romário, entre outros que saíram da periferia para o estrelato:
[...] depois considero a fama, que pra mim nada mais é do que o
reconhecimento de um trabalho realizado. Considero o assédio dos fãs
como um termômetro, pois o jogador consegue sentir se o momento é
positivo ou negativo, o que está bom e o que precisa ser mudado, o que
não acontece em outras profissões. Acho esse feedback bastante
interessante (Ab., 27 anos).
Outras consideram o fato de começar a vida profissional cedo acarretando um precoce
amadurecimento e uma constante tomada de decisão, como uma característica positiva da
profissão: “[...] responsabilidade, faz com que eles tenham que tomar grandes decisões desde
muito cedo” (F., 33 anos).
d) Categoria 4: Percepção sobre os aspectos negativos da profissão do marido
Esta categoria apontou a diferença que há entre a glamorização do futebol apontado sob o
ponto de vista da mídia e dos torcedores de encontro com a visão de quem está o mais próximo do
ídolo possível, como no caso de nossa pesquisa, a esposa, a família.
Como aspectos negativos, podemos verificar que, mesmo considerando positivo o futebol
como prática esportiva, o esporte de alto rendimento causador de grande desgaste físico e excesso
de treinos aparece como ponto negativo da profissão: “O excesso de treinos e lesões causadas
devido a muito esforço físico” (A., 27 anos). “[...] sem falar da exposição com o corpo e o
desgaste físico, estão sempre cansados” (An., 34 anos).
A distância dos amigos e familiares aparece com alta incidência entre as entrevistadas que
em função da profissão do marido moram longe de sua cidade natal e de suas famílias: “A
ausência de nossos familiares e pessoas queridas” (A., 27 anos). “[...] morar longe da nossa
família, estar longe do nosso país [...]” (D., 27 anos). “A saudade causada por vivermos longe
dos familiares” (M., 29 anos).
16
Elas reclamam da solidão que enfrentam por conta da quantidade de jogos, viagens e
concentrações: “[...] e também eu e meu filho ficarmos muito sozinhos quando ele concentra”
(D., 27 anos).
Outro aspecto negativo apresentado foi com relação ao curto período da carreira,
conforme Kfouri (2000) e Damo (2005), a carreira do jogador de futebol é curta e de difícil
reconversão: “É uma carreira muito rápida e o jogador tem que estar sempre bem
fisicamente, tem que se cuidar bastante e ter muita dedicação, pois, caso contrário, a
carreira acaba mais cedo” (C., 29 anos). “O principal é que é uma carreira a curto prazo,
tem ‘prazo de validade’. Isso requer um bom planejamento financeiro e profissional” (Ab.,
27 anos).
Podemos observar através do discurso das esposas, que é um ponto negativo sair de
casa ainda muito jovens, como é o caso de alguns que vão morar longe de seus pais ainda na
adolescência, onde muitas vezes quem acaba tomando conta são empresários, pessoas
preocupadas com o que o produto jogador poderá render. Os jovens atletas acabam por ter de
tomar decisões importantes sozinhos e precocemente: “Sair de casa ainda muito cedo, ainda
na adolescência [...]” (Al., 24 anos).
O fato de ter que se abster muitas vezes de sua vida profissional em função da
profissão do marido as incomoda: “Não podermos planejar nossas vidas enquanto eles estão
atuando, por estarmos cada hora em um lugar. Isso dificulta bastante o desenvolvimento da
minha profissão” (Ab., 27 anos). “Tem que ter muita paciência e se abdicar por um tempo da
sua própria vida profissional” (C., 29 anos).
A falta de tempo para a vida pessoal e a falta de privacidade dos jogadores e das
esposas/família acabam sofrendo diretamente trás um grande desconforto: “Outro fator que
considero é a falta de privacidade, o fato de não podermos fazer o que queremos na hora que
queremos. Se o time perde, não podemos sair, pois podemos ter conflitos com torcedores” (Ab.,
27 anos). “Falta de tempo para a vida pessoal” (Al., 24 anos). “[...] e não poder participar de
momentos familiares devido as viagens e concentrações” (Ra., 25 anos). “A ausência nos
momentos mais importantes da vida dos filhos, essa é a pior parte, os primeiros passos, as
primeiras palavras, ver seu filho doente e ter que se afastar por dias” (Rl., 25 anos).
A mídia esportiva também é vista como um ponto negativo: “A mídia, na maioria das
vezes abala, mesmo pode derrubar um profissional e até mesmo erguê-lo de uma hora para
outra” (An., 34 anos).
Para elas há também uma falta de apoio psicológico para os atletas: “Acho que os
clubes deveriam dar sustentação psicológica para jogadores jovens, pois entram num
17
processo rápido demais de ascensão sem terem maturidade para tal [...]” (F., 33 anos).
Há o fato dos atletas serem tratados como mercadorias, muitas vezes sendo deixado de
lado o ser humano por trás do atleta. Azevedo (2008) considera que a mídia, como a televisão,
a internet e os outros meios de comunicação que circundam e patrocinam o futebol fazem com
que este esporte se converta em mercadoria para ser vendida e consumida: [...] tudo gira
muito em torno do dinheiro, quanto vale, quanto custa e o ser humano fica totalmente de
lado, esquecido” (F., 33 anos).
A instabilidade na carreira é um ponto negativo da profissão de jogador de futebol na
opinião das entrevistadas, Galeano (1995) observa em seu livro a dura realidade da
aposentadoria do jogador de futebol: “Ter uma vida profissional muito instável e não ter a
garantia de aposentadoria” (Ra., 25 anos). “[...] e a instabilidade que se gera a cada final de
contrato” (Re., 28 anos).
Há também o assédio das mulheres que é citado por Galeano (1995), onde as entrevistadas
observam que faz parte do ideal de algumas mulheres a busca por se tornar esposa de jogador.
Pelo fato da própria exposição pública como algo que elas almejam, pela idealização de carreira
bem sucedida, dinheiro fácil e fama que a mídia apresenta como a realidade dos jogadores de
futebol, o que discorda da opinião das entrevistadas, conforme vimos: “[...] fora o assédio das
mulheres que fantasiam arrumar um jogador a qualquer custo achando que tudo é mil
maravilhas, por que quem está de fora não tem a mínima noção das dificuldades, e a
facilidade que eles tem para isso” (Rl., 25 anos).
e) Categoria 5: Percepção sobre as notícias veiculadas na mídia
Esta categoria nos aponta a percepção das esposas sobre as notícias publicadas na
mídia e a influência que esta exerce sobre os atletas e na vida da família. Como citado pelas
entrevistadas, elas se sentem expostas e sofrem as críticas tanto quanto os atletas. Elas
precisam se privar de sua vida pessoal devido a grande exposição que os atletas sofrem na
mídia. Boas (2005) considera o esporte o mais democrático dos temas, talvez por isso atraia o
olhar e as mais diversas opiniões a respeito. Dividimos esta categoria em quatro, como
apresentamos a seguir: As esposas que apenas acompanham as notícias: “Adotamos uma
postura que evita ler ou assistir os comentários e críticas, dando atenção somente a lances de
jogo, entrevistas e reportagens específicas” (Re., 28 anos).
As esposas que acompanham e se afetam com o que é divulgado, pelo fato de que
segundo Coelho (2003), a volúpia da Internet deu a sensação de que vale mais uma notícia
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publicada rapidamente do que uma informação checada criteriosamente. Há esposas que
criticam ferrenhamente a mídia inclusive alegando falta de ética por parte dos repórteres:“A
mídia é traiçoeira, ela levanta o jogador ou time quando ela quer, mas também sabe denegrir
a imagem deles quando acham necessário” (Ra., 25 anos). “Acho que a imprensa brasileira
deveria ser mais séria. Há uma grande preocupação apenas em como vender aquele jornal, e
não com a veracidade dos fatos [...]” (Ab., 27 anos). “[...] os jogadores são seres humanos,
que erram e acertam afinal não são máquinas, deveriam se dar conta que por trás deles
existem pais, mães, esposas, filhos que sofrem ao ler e ouvir certos absurdos proclamados
por eles [...]” (Ab., 27 anos).
Há esposas que acompanham as notícias e não se afetam, talvez pelo fato da imprensa
esportiva ter ganho espaço, notoriedade e grande importância na atualidade segundo Boas
(2005): “Acho importante estar atenta a todas as notícias para saber até como ele está se
sentindo em relação a ele mesmo, ao time, a torcida, como está sendo visto, etc.” (Al., 24
anos). “As vezes leio comentários que não são verdadeiros e outros que não gosto, mas é
normal nesta profissão. Temos que aceitar a visão de todos” (Rl., 25 anos).
Há aquelas que preferem não ter o desprazer de ler ou ouvir alguma notícia ou crítica
que denigra a imagem do marido, por isso preferem não acompanhar: “Nós não temos o
costume de acompanhar as notícias, nem em programas televisivos e nem na mídia escrita,
pois muitas vezes as notícias divulgadas causam um certo desconforto [...]” (A., 27 anos).
As esposas que moram no exterior de um modo geral elogiam a imprensa estrangeira,
especialmente nos países que seus maridos jogam: “Aqui na Turquia sempre sai boas
notícias, mesmo se o time perde. Quanto ao Brasil, na minha opinião é bem mais sacana a
mídia brasileira” (D., 27 anos).
f) Categoria 6: Percepção sobre o que é ser “esposa de jogador de futebol”?
Coutinho (1994), coloca o casamento como “carreira” para a mulher, mas isto em
tempos que a mulher só ocupava o espaço privado, o casamento era como a única
possibilidade de carreira aberta à mulher, o casamento enobrecia a mulher e abria-se como a
única possibilidade de ascensão social. Apesar de vivermos na era contemporânea, é nesta
relação de “carreira de esposa” que elas acabam por adaptar suas vidas para conseguir manter
o casamento e a família unida.
A maioria das entrevistadas não vê com bons olhos este “status”. Para elas, ser esposa
de jogador de futebol vem arraigado uma grande quantidade de preconceito, perdas,
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momentos difíceis e que para a grande maioria das pessoas é visto como uma vida fácil e
cheia de glamour:
Não gosto desse rótulo. Não somos rótulos, sei que a visão de fora é essa mas sou
esposa de um homem que trabalha, onde sua profissão é jogar futebol. Na verdade,
esse rótulo está ligado ao fato de nós vivermos em função da vida dele, como se não
tivéssemos vida própria (Al., 24 anos).
Não é minha profissão, é claro. Tento todos os dias pensar que é como ser esposa
de um homem com qualquer outra profissão, mas isso fica um pouco perturbada
devido ao preconceito de algumas pessoas, e também em momentos em que tenho de
ouvir desaforos ou elogios que não são para mim. Lidar com um glamour que não
existe para a maioria de nós também é fator complicador. No mais, adoro ir aos
jogos, torcer por ele e pelo time (M., 29 anos).
“Todos percebem uma vida boa, fácil e fútil, mas não sabem o que passamos [...]”
(An., 34 anos).
Para elas, a posição de esposa de jogador é se doar ao marido, é um modelo de casamento
altruísta, que segundo Rodrigues (1998) são benefícios oferecidos a um parceiro guiados somente
pelas necessidades deste e não envolve considerações sobre as necessidades daquele que ora
oferece o beneficio, no caso a esposa. Para Coutinho (1994), a subordinação da mulher ao marido,
aparece como tendência instintiva da mulher, como um “deve ser”. Os comportamentos de
subordinação femininos ficam, então, emaranhados no cotidiano destas mulheres como forma
“natural” de organização de suas vidas diárias, sem que muitas delas tome consciência deste fato,
ou, se a tem, lhe outorgam consenso exatamente porque são naturais. Tal postura implica o
desprezo do próprio desejo frente ao desejo dos outros, no caso o do marido: “Ser esposa de
jogador de futebol ao meu ver é se doar [...], [...] pois deixamos nossos sonhos de lado por
alguns anos, ou outros para sempre, para viver o sonho da vida deles” (A., 27 anos). “Uma
mulher disposta a se distanciar de tudo e de todos para estar ao lado de seu marido, dando força
para enfrentar as dificuldades de sua carreira” (Ra., 25 anos).
Para as entrevistadas, ser esposa de jogador é uma vida solitária, pois precisam abdicar de
sua família, amigos, profissão para acompanhar o marido em sua carreira. Conforme mostrado na
pesquisa significa mudar a todo o momento de cidade, estado e até de país: “É saber viver só,
pois estamos na maior parte do tempo sozinhas sem a presença de familiares e do próprio
esposo” (A., 27 anos).
Para elas ser esposa de jogador e ser companheira, mãe, amiga, esposa, nada diferente do
que seria o papel de uma mulher independente da profissão que o marido exerça assim como
designa Lopata (apud PRADO, 1979), que diz que a mulher precisa manter o equilíbrio entre ser
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companheira e amante, mãe e dona-de-casa: “É ser mãe, amiga, companheira [...].
Enfim, ser uma ótima esposa para que ele seja um excelente jogador de futebol” (A., 27 anos).
“Ser esposa de jogador de futebol é ter paciência, ser inteligente e companheira, e um tanto
quanto, generosa para ter a coragem de deixar seu país, sua profissão, sua família e amigos para
ir com ele viver em outro país” (F., 33 anos). “Para mim ser esposa é ser esposa,
independentemente da profissão que o marido exerça” (Ab., 27 anos).
Ser esposa de jogador é estar exposta junto com alguém que é uma pessoa pública.
Observamos em Osório (2009) que ter uma vida pública pode ser fascinante, mas em
compensação trás a dor de escutar críticas cruéis de terceiros que não conhecem o ser humano por
trás do mito: “Todas as profissões têm seus prós e contras, e o futebol não é diferente. Apenas
ficamos expostas junto com eles” (Ab., 27 anos). “É saber ouvir críticas de torcedores e mesmo
assim ficar calada” (A., 27 anos).
Segundo Braghirolli (1999) cada ser humano desempenha vários papéis e cada papel
exige certos comportamentos. Goode (apud POSSATTI; DIAS, 2001) acredita que um acúmulo
de papéis traz prejuízos ao bem-estar psicológico e que a multiplicidade de papéis frequentemente
estão confrontadas com estressores. Portanto, a rotina estressante de treinos e viagens e a
constante ausência dos maridos em casa faz com que as esposas que possuem filhos, acabam
muitas vezes desempenhando o papel de pai e mãe, como observamos nas respostas:
Na maioria das vezes em que tivemos que levar nossos filhos ao médico, o pai estava
ausente, muitos aniversários sem sua presença, uma cobrança muito grande para que o
pai participe e esteja presente. Na maioria das vezes estamos muito sozinhas e tomamos
muitas decisões de pai (An., 34 anos).
As entrevistadas que moram no exterior sentem-se mais confortáveis com o fato de ser
esposa de jogador de futebol, pois relatam que no exterior há uma outra visão em relação as
esposas: “Aqui no Japão as coisas são um pouco diferentes, acho que somos mais respeitadas, e
em momento nenhum somos vistas como aproveitadoras, a cultura é bem diferente” (C., 29 anos).
4 CONCLUSÃO
Apesar das mudanças na concepção de família e casamento contemporâneos, vimos
através da pesquisa que as esposas dos jogadores de futebol vivem modelos chamados antigos
ou tradicionais de casamento, totalmente voltado para o espaço privado, onde praticamente
21
todas abdicam de sua vida pessoal e profissional em detrimento do marido.
Podemos observar que apesar de viverem praticamente em função da profissão dos
seus maridos, as entrevistadas se sentem valorizadas e importantes no contexto da carreira do
atleta, mas ao mesmo tempo se sentem discriminadas pelo fato de que para a sociedade ser
esposa de jogador denota um estereótipo de mulher oportunista da qual as entrevistadas dizem
não se enquadrar.
Morando longe de sua terra natal, distante de familiares e amigos, o fato de estarem
sempre apoiando indiferentemente de ganhar ou perder, de uma boa ou má atuação, contrário
à pressão que os atletas recebem de torcedores, dirigentes e da mídia, fazem das esposas a
única fonte de apoio e amor incondicional que eles recebem. Elas se denominam “porto
seguro” de seus maridos e para elas isto é de extrema importância, pois acaba refletindo no
desempenho do atleta.
Considerando todo o referencial teórico pesquisado acerca da psicologia, sociologia,
antropologia, os papéis femininos e a posição da mulher frente a história e a sociedade antiga
e contemporânea contatou-se que as mulheres de jogadores de futebol pesquisadas na sua
totalidade abriram mão de sua vida particular em detrimento de seus maridos, preservando
aquilo que chamamos de papel de mulher tradicional. Observa-se ser praticamente impossível
para as esposas realizarem atividade profissional na esfera pública, sendo possível somente se
a profissão for exercida dentro do lar ou algo que possa ser facilmente adaptado à sua nova
realidade, em qualquer lugar do mundo. Há também o fator instabilidade que exige mudanças
freqüentes, gerando uma difícil colocação.
Observa-se que as entrevistadas diferem das esposas que dividem as responsabilidades
financeiras com os maridos, realidade da era contemporânea. Elas acreditam que a opção
econômica mais sensata durante a carreira do jogador seja investir suas energias no trabalho
dele, oferecendo todo o suporte necessário. Desta forma, visam promover o potencial de
ganho do marido, em vez de buscar o seu próprio.
Ocupando papéis definidos pela esfera privada, elas percebem um maior altruísmo no
papel de esposa de jogador (se comparadas ao papel de outras esposas), justamente pelo fato
de terem de abrir mão de suas vidas pessoais e profissionais pelo menos enquanto os maridos
exercem a considerada “curta” carreira de atleta de futebol.
Portanto, a esposa de jogador, apesar de não se reconhecer assim, acaba por
profissionalizar a “carreira de esposa”.
22
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APÊNDICE A - Entrevista cedida pelas esposas dos jogadores profissionais de futebol
Idade: _______
( ) Casada legalmente ( ) Relação Estável Há quanto tempo? ______________
Tempo total de relacionamento (considerando namoro e casamento): ____________
Grau de Instrução:
( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo
( ) ensino médio incompleto ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior incompleto
( ) ensino superior completo ( ) pós-graduação/mestrado
Você mora na sua cidade de origem, perto de seus familiares?
( ) sim ( ) não Onde? ___________________________________________________
Favor responder as questões abaixo:
1) Você exerce alguma profissão?
( ) não ( ) sim, em que? ___________
Se sim, responda: Como é sua rotina profissional?________________________________
2) De que maneira você participa da rotina do seu marido?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3) Qual é a sua percepção com relação às notícias veiculadas na mídia sobre seu marido
e sobre o time que ele joga?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4) Na sua percepção, quais os aspectos positivos da profissão de seu marido?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5) Na sua percepção, quais os aspectos negativos da profissão de seu marido?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
6) Qual você acha que é o seu papel na profissão de seu marido? Explique.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
7) Como você percebe “ser esposa de jogador de futebol”?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

Juazeiro Social Clube

No dia de hoje realizamos um treino recreativo com bastante movimentação, logo depois saiu a lista de relacionado: Rodrigão, Ezaúl, Michel Tiago, Jorge Guerra, Wagner, André, João Paulo, Murilo, Gustavo, Pink, Cezar Baiano, Alan, Hailton, Nino, Kleuber, Cleverson, Jhulliam e Geovane. Esses são os guerreiros que iram para mais uma batalha pra vencer.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Juazeiro Social Clube

O treino de hoje foi muito diferente do que aconteceu até então, as coisas aconteram com mais desinvoutura.
Fiquei mais tranquilo, mas isso não quer dizer que já ganhamos muita coisa vai acontecer até lá.
Depois que saiu a lista de atletas liberados, tenho sido questionado pelas liberações de alguns desses atletas, tudo isso é muito normal na vida de treinador de futebol.

Juazeiro Social Clube

Estamos nos preparando (Juazeiro Social Clube) para uma batalha contra o Ipitanga, em Senhor do Bonfim nesse domingo. O time estar se reforçando em busca de dar sequencia nas vitórias.
A vante Juazeiro...

Novas!

Estamos nos preparando para mais uma partida no campeonato 2011, e estamos treinando com muito afinco e teremos novidade para esse jogo, o Nino Guerreiro pode estrear nessa partida.