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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Esporte!

Esporte
24-02-2011 - 21:38h
 

Elias Borges abre o jogo sobre sua saída do Serrano

Por Juliana Ribas
No dia 21 de fevereiro, foi noticiado no Site da Cidade a possibilidade da diretoria do Serrano demitir o então técnico Elias Borges. No dia 22, muitos veículos de comunicação apontaram o contrário: o técnico teria solicitado o seu desligamento.
Segundo o Diretor de Marketing do Serrano, Kleber Avelino, Elias Borges pediu sim desligamento do time: “Ele pediu afastamento e, para preservar a sua imagem, pediu que o Serrano falasse assim”. Kleber afirma ainda que Borges fez um bom trabalho, e não entendeu quando o ex-técnico se pronunciou dizendo que havia sido demitido. “Eu não entendi porque ele fez isso. As portas estiveram sempre abertas. Ele poderia continuar no trabalho de base do Serrano, mas não aceitou.”
O Site da Cidade escutou o ex-técnico do Serrano, Elias Borges, e você terá a oportunidade de ler a entrevista na íntegra:

Saída do Serrano



"Houve até dia que faltou comida. Jogadores como Clayton e Pena, que não precisam do futebol, mas jogam por amor ao clube e à cidade, dormiram alguns dias no chão."
Eu fui pego de surpresa, porque não houve nenhum desentendimento com a diretoria. Ao contrário, sempre tive um bom relacionamento, principalmente com Toninho Cabral. Fazia um ano que eu estava à frente do Serrano.
Faltou da parte administrativa planejamento do trabalho. As coisas iam acontecendo sem nenhum plano, isso dificultou muito. Fizemos pré-temporada em Ituaçu – tudo muito desgastante e desorganizado. Houve até dia em que faltou comida. Jogadores como Clayton e Pena, que não precisam do futebol, mas jogam por amor ao clube e à cidade, dormiram alguns dias no chão.

A demissão para a imprensa

Eles me deram a notícia de que eu seria demitido, na segunda-feira, mas queriam que eu passasse para a imprensa que eu pedi para sair, e aí está o grande problema. Eu jamais iria fazer isso. Não vou recuar, não vou me acovardar diante das dificuldades, porque é assim que mostro a minha capacidade, minha competência e minha força nesse momento difícil.
Eu jamais pediria para sair. Encaro as coisas com seriedade e não me envergonho de dizer que foram eles que quiseram que eu saísse. Saio de lá com a cabeça erguida, porque peguei um time na segunda divisão e deixei na primeira. Estou deixando um time classificado para octogonal. Saio com a consciência do dever cumprido, mas jamais vou mentir para a imprensa, para minha cidade e para os torcedores, porque isso não faz parte do meu caráter.

Os problemas nos jogos



"O trabalho não estava da maneira que gostaríamos, mas as coisas iam acontecer gradativamente. Não se faz um time da noite para o dia."
O time teve dificuldades nas primeiras oito rodadas e saímos do G4 na segunda e terceira rodada, mas depois retomamos ao nosso lugar, e até o domingo passado, mesmo depois da derrota, continuamos no G4. O trabalho não estava da maneira que gostaríamos, mas as coisas iam acontecer gradativamente. Não se faz um time da noite para o dia.
Alguns diretores insatisfeitos, ou um, tentava incentivar a diretoria toda com a ideia de que deveria mudar o treinador. Alguns diretores até seguraram, principalmente o Antonio Cabral, que conhece o meu trabalho. Mas, a derrota no domingo, pela rivalidade entre o Vitória da Conquista e o Serrano, foi o que culminou para a minha saída. O resultado não foi bom, mas não era motivo de desespero.

Como o time ficou depois da sua saída

O Serrano agora corre um grande perigo. Depois da minha saída, o grupo rachou. Muitos jogadores estão insatisfeitos. Eu só desejo que o time vá bem e que ganhe esta partida, mas eles podem pagar um preço pela não classificação.

Divisão no Time

Pena e Clayton têm uma consideração muito grande por mim. Conhecem a capacidade, competência. Ser reconhecido por dois grandes jogadores é muito importante para mim. Eles estão muito chateados por tudo o que aconteceu, acharam uma injustiça muito grande.
Pena, a princípio quis sair, mas eu telefonei para ele dizendo para continuar e ajudar o time. O Clayton também ficou muito chateado, mas conversei com ele também. Eu acho que o Pena deve continuar. Porém, o problema não é esse. O grupo realmente rachou e eu entendo que um ambiente onde não há união e sintonia é muito difícil controlar. A união faz a força, e eu sempre prezei por isso na minha equipe.

Rivalidade ECPP Vitória da Conquista X Serrano

A rivalidade é uma coisa muito prejudicial. Algumas pessoas do time estão muito preocupadas com o Vitória da Conquista e se esquecendo do Serrano. O Conquista já tem o rumo dele, já está bem estruturado. O pessoal tem que focar no Serrano.

Derrota e Desentendimento no Serrano

"Me senti dormindo com o inimigo."
Tem gente que está participando do Serrano e não entende de futebol. Não todos. O Serrano é um time com financeiro bom, mas já faltou até comida na sede. É um absurdo. Os jogadores dormem na cama, mas com colchão muito fino, e já reclamaram.
A questão da documentação foi outra falha. Nas vésperas do primeiro jogo contra o Conquista, eu treinei um time e, no domingo, com tudo pronto, vieram me avisar que os jogadores que treinei não poderiam jogar. Às 15h da tarde, o presidente do time já sabia, pessoas do departamento já sabiam, mas simplesmente não me avisaram. A partir desse momento fiquei com o pé atrás. Me senti dormindo com o inimigo.
Dentro de campo, os resultados também não aconteceram, mas porque precisava de um padrão de jogo. Mexer num time base não é fácil, principalmente dentro de uma competição como esta. Eu tinha certeza que este time ia melhorar, ia decolar a partir da próxima quarta-feira, mas infelizmente um dos diretores não compreendeu isso, e queria que as coisas acontecessem no futebol apressadamente. Não é assim, o futebol requer tempo.

Perda de Autonomia

"Não admito que diretor nenhum venha escalar o time. Eu não sou nenhum fantoche."
Nossa matéria-prima, os jogadores de Conquista e região são muito bons. Eu acho que o grande erro da Diretoria foi implicar com um jogador. No caso específico de Éder Caetité, descobrimos nova posição para ele, como volante, e o pessoal achou que ele não deveria jogar. Nesse momento eu fui atrapalhado. Se eu coloco Éder no jogo de domingo contra o Conquista, eu não teria perdido, eu te falo isso com toda segurança.
Fui atrapalhado porque não pude colocar o jogador em campo, e já estava começando a ficar um pouco chateado com isso. Eu não admito que diretor nenhum venha escalar o time. Eu não sou nenhum fantoche. Tem muitos jogadores que não têm condição de estar no plantel. Infelizmente, não têm comprometimento nenhum, estão inflacionando a folha e não vão dar resultado para o time.

Volta ao Vitória da Conquista e Novas Propostas

Graças a Deus, já passei por muitos clubes e, em todos, deixei as portas abertas. No Conquista, eu acho que a porta está escancarada para mim. Lá eu entro pela porta da frente, pela do fundo, eu entro até pela janela. Mas acho que o Conquista está bem servido com o Lima, e quero que ele continue fazendo este trabalho, que o time represente bem a nossa cidade.
Estou disponível para o Conquista, para o próprio Serrano  - dentro de uma organização melhor – e qualquer clube da Bahia. Estou no mercado já querendo trabalhar, porque eu gosto de trabalhar também.
Por enquanto não tive nenhuma proposta. Mas acho que à medida que o pessoal tomar conhecimento da notícia, os convites vão aparecer.

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