seg, 18/04/11
por ricardo.gonzalez |
categoria Copa do Mundo, Essa não deu no jornal
Eu cobria a decisão do terceiro lugar da Copa de 94, no estádio Rose Bowl, em Pasadena (EUA). Em campo, a Suécia dava um passeio na Bulgária, e fechava a goleada de 4 a 0 ainda no primeiro tempo. E eu não imaginava que, naquele dia, eu iria entender porque Romário e o búlgaro Stoichkov se entendiam tão bem em campo (no Barcelona) e fora dele.
Depois do 4º gol, antes do intervalo, o zagueiro búlgaro Ivanov foi expulso. Ao cruzar a linha lateral, tirou a camisa e a jogou no chão. Achei o gesto grave e, ao fim do jogoa corri para a zona mista para ver se conseguia uma explicação.
Ivanov saiu e gentilmente atendeu meu pedido de uma declaração.
- Fiz aquilo para mostrar que eu e grande parte dos jogadores estamos cansados de só correr, ralar, nos esforçarmos, enquanto o “seu” Stoichkov só quer bola no pé e não marca ninguém.
Poucos minutos depois, sai Hristo Stoichkov, que também atende ao meu chamado:
- Mr. Stoichkov, Ivanov saiu dizendo que alguns jogadores, ele incluído, estão revoltados e alegam que se esforçam em campo enquanto você não corre e só quer bola no pé. O que acha disso? Há uma crise entre vocês?
Sem se irritar ou mover um músculo da face, o craque devolveu, num comentário que o Baixinho assinaria embaixo:
- De minha parte, não. Até porque Ivanov tem razão. Eles têm que correr mesmo, eu tenho que pensar. Estranho seria eu correr, dar carrinho, e deixar a criação pra eles…
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