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domingo, 27 de março de 2011

Rogério 100ni

dom, 27/03/11
por ilan |
categoria por a+b
Os 100 gols de Rogério Ceni nos fazem lembrar que o futebol ainda guarda, sim, um lado romântico.
Fico meio incomodado quando ouço – e ouço muito – coisas como “temos que entender que futebol virou um grande negócio, não há mais espaço para o amor à camisa”.
Quem falou?
Por que o ar tão definitivo que sepulta casos de identificação genuína entre atletas e clubes?
Do meu humilde ponto de vista, onde já estou há um tempinho, já vi muitos casos de flagrante amor à camisa no futebol profissional.
Talvez nenhum tão emblemático quanto este, entre Rogério Ceni e São Paulo.
Sobre a extraordinária marca de 100 gols marcados, há pouco a dizer além das muitas louvações justas. É um feito de dimensão histórica e mundial, que dificilmente será superado.
Mas é fruto em grande parte dessa relação umbilical que Rogério nutre com um emblema há 20 anos. É por ele que, daqui a 35 jogos, o goleiro completará mil atuações.
Sim, MIL vezes com a camisa do São Paulo. Nunca jogou por outro clube. Nunca sequer cogitou jogar. E mais do que isso: é o maior ídolo da história do tricolor. Por ele, se tornou um dos maiores goleiros de todos os tempos, não apenas no Brasil, mas no mundo.
Não parece pouco. E não é mesmo.
Rogério chega à marca impressionante não apenas porque nasceu com o dom para evitar e fazer gols. Mas principalmente porque faz do ofício um exercício de paixão.
Rogério treina muito, persegue a perfeição e atingiu a excelência. Ganhar muito bem, no caso dele, nunca foi causa e sim consequência.
Amor à camisa não é jogar de graça. O nome disso é caridade.
Amor à camisa é rejeitar uma simples relação de trabalho e transformá-la numa relação de amor.
Nos gramados, amar é saber que sua brilhante marca pessoal só tem valor porque trouxe benefício muito maior à camisa que veste.
Lembrou de alguém? Pois é. Rogério Ceni entende dessa relação como poucos.
Por isso é o maior romântico do futebol.
O maior; mas não o último.

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