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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Jogadores de futebol são vítimas de golpe ao saírem de SP para Nordeste


Jovens ouviram promessa de empresário paulista para jogar no Flamengo de Arcoverde-PE, mas, em três meses, nunca receberam salário

Por SporTV.comPernambuco
O sonho de se tornar jogador de futebol pode ter acabado para cinco jovens que decidiram sair de São Paulo, capital do Brasil, para atuar em um time de Pernambuco. O grupo formado por Eduardo, Wágner, Willian, Jean e Leandro afirma ter sido vítima do empresário paulista Sebastião Rufino, que, segundo os atletas, foi responsável pela promessa de torná-los profissionais do Flamengo de Arcoverde, clube que disputa a Série B do Campeonato Pernambucano. Uma promessa que nunca saiu do contrato.
- Larguei quatro anos de empresa, trabalhava no turismo em São Paulo. Tinha uma empresa boa, um cargo bem remunerado. Larguei em busca desse sonho - afirmou o meia Eduardo.
Confira a íntegra da reportagem especial do SporTV News no vídeo acima!
Joel Mário, presidente do clube, afirmou ter fechado a parceria com o empresário Sebastião Rufino, presidente do Instituto Desportivo Gol de Placa, de São Paulo, que seria responsável pela vinda de jogadores do sudeste para compor a equipe que disputaria a Segunda Divisão do Pernambucano. O dirigente disse ter sido avisado pela empresa de que o time já estava fechado desde outubro de 2010. Mas, a menos de uma semana do início da Segundona, ele descobriu que, na concentração, não havia atletas suficientes para compor uma equipe e decidiu retirar o Flamengo da Segunda Divisão do Pernambucano.
- Ele (Rufino) pegou os meninos e foi embora, saiu correndo. Não tinha como formar uma equipe dentro de dois dias sem treinar. Eles diziam que vinham com comissão técnica, preparador físico, mas nunca chegou nada disso aqui - disse Joel.
"Foram dias só ligando para contatos em São Paulo, amigos, namorada, pedindo dinheiro. até que eu consegui uma quantia, metade do que me pediram, e eu pude ficar, depositei, com o pensamento sócno gramado. Eu vim para cá para isso"
Eduardo, meia
Os cinco jogadores chegaram ao clube em fevereiro de 2010. Alegam ter pago à empresa de Rufino uma taxa que variava entre R$ 2 mil e R$ 4 mil para irem até Pernambuco, onde, teoricamente, iriam atuar pelo Flamengo. Eles contam que os atletas que não tinham condições de pagar, e eram bem avaliados em um treino em São Paulo, eram liberados da taxa, mas arcavam com as próprias despesas da viagem - mais de três mil quilômetros da maior capital do Sudeste até Pernambuco.
- Foram dois, quatro dias só ligando para contatos em São Paulo, amigos, namorada, pedindo dinheiro. Até que eu consegui uma quantia, metade do que me pediram, e eu pude ficar, depositei, com o pensamento só no gramado. Eu vim para cá para isso - disse Eduardo.
Humilhação até na alimentação
Na concentração do clube, os jogadores dizem ter sido submetidos a uma alimentação precária e nunca terem recebido qualquer salário pelo contrato com o empresário paulista. Segundo eles, o golpe foi descoberto apenas a uma semana antes do início da Série B do Campeonato Pernambucano pelo fato dos jogadores terem sido impedidos de falar diretamente com o presidente Joel Mário.
- Eles (empresa de Rufino) falavam que o Joel não pagava nada, que não colocava comida, que eles que colocavam. Diziam que gol de placa pagava tudo e que não precisava ter intimidade e conversar com joel - afirmou o volante Vágner.
Sebastião Rufino disse ao SporTV News, por telefone, que sua empresa é uma Organização Não Governamental (ONG) e afirmou que a taxa paga pelos jogadores foi uma contribuição ao clube. O empresário admitiu, apenas, que a alimentação dada aos atletas não era ideal.
- O que eu tenho a dizer é que essa quebra de contrato foi feita por eles. A gente nunca cobrou nada de jogar nenhum. Nós temos um projeto aqui na minha instituição, minha instituição é uma ONG. Foi criado um esquema de doação, eles doaram esse dinheiro. Com esse dinheiro é que a gente consegue tocar o projeto lá no Flamengo. A alimentação é básica, eu não vou falar para você que a alimentação era adequada. Eu reconheço que não era. Tinha que ser melhorada, mas precária não era, não - defendeu-se.
Flamengo-PE promete estender a mão
Joel Mário disse que vai levar o caso à Justiça e convenceu os cinco atletas a permanecerem no Estado para tentar encaixá-los em outros clubes.
- Eu, minha diretoria e meus atletas, que conhecem de futebol, entendemos que são jogadores diferenciados, que estão acima da média da Segunda Divisão. Eu pedi que eles ficassem, vou torná-los profissionais e vamos tentar colocá-los em algum clube, nem que o Flamengo tenha que pagar os salários deles - garantiu o mandatário do clube.
Os jogadores, sem opção, afirmaram que vão permanecer em Pernambuco.
- É bola para a frente, tentar trabalhar, achar outras oportunidades e vencer na vida - disse Willian.

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